Week 20: Bearded

From the book Chão da Vida – Memórias, by cousin Jayme de Barros (1901-1986)

My second great-grandfather was born in the parish of São Gonçalo, Campos dos Goytacazes, on 7 Sep 1843, and passed away in the same area where he lived his whole life, on 6 Nov 1909, almost two years to the day before my grandmother, his granddaughter, was born.

At first, finding his family was not easy because his siblings did not have the same surnames, and because Almeida was not found anywhere else in his tree. The way people get their family names in Brazil can be tricky, specially before the 20th century. There was no rule, just custom, often capricious.

Once I knew my way around the old issues of the Monitor Campista, José’s family came into focus. His father Manoel Ribeiro dos Santos died in 1879 and legal strife over the inheritance was published in the paper. His brothers, all of whom had their father’s names, as well as their mother, went through a lengthy estate settlement process.

Quitéria Maria do Espírito Santo was my second great-grandmother’s name, and I suspected Almeida was a surname that came through her. I was right, but getting proof of that was an ordeal. José’s birthdate was found on another document, and I could not locate the book with his baptismal record. I found his sister’s though, and it named both sets of grandparents: José Ribeiro de Barros and Anna Maria da Conceição, Manoel de Almeida Rabello and Joanna Maria de Souza Barros. Barros on both sides is not a coincidence, they were all cousins.

José Ribeiro de Almeida Barros married Rita Maria Ribeiro da Motta around 1868. I was able to find 13 children, though two of them remain a mystery, probably gone in infancy. Rita was the daughter of Miguel Ribeiro da Motta, the Baron and later Viscount of São Sebastião. Their children married cousins from the region, and became intertwined with the Wagner and Barroso families that make up the nucleus my grandmother was born into, the people I met and heard about throughout my life.

My grandmother said her childhood was happy, but not an easy one in terms of financial security. She did not elaborate, just saying whatever wealth they had was gone, in part due to gambling. I wrongfully assumed this involved her father. The accounts of two of her cousins who wrote their memories got the record correct.

The family went through a rollercoaster of boom and bust with sugarcane prices, but ultimately, the weight of mounting debt took its toll, and José died of angina pectoris, as it shows on his death certificate. His heart gave out. As Jayme de Barros puts in his memoir, his grandfather died of desgosto, of upset. He also played a high stakes card game akin to poker, often losing.

Cousin Mario Barros Wagner (1907-1967), who left for us a collection of chronicles that details the lives of the Barros and Wagner clan, including where they lived, says he died short after losing his penultimate plot of farming land. For the next 27 years, his widow Rita along with two children and a few grandchildren lived in the Chalé da Fazendinha, the quaint name for a grand albeit mostly shuttered home, where

“… in a drawer on the center table you would find his cigarettes and matches, as well as other objects carefully kept. Vovó Rita stood stoically in the midst of financial ruin. “

Reading these accounts give me a lot of context to understand what my grandmother mentioned in passing. These facts helped shape her family, affected her prospects in a town where money really mattered, and likely were part of what drove her father, Miguel Ribeiro da Motta Barros, to a similar end to his father’s in 1929, taken by sudden cardiac arrest aged only 57, still trying to make a living off the same industry, sugar prices in decline. Grandma Julia left not too long after her father’s death to find her life elsewhere.

Ribeiro da Motta

Braga no século XVI

Podemos traçar a nossa linha desta família desde nosso hexa-avô Gervásio Ribeiro da Motta, que foi testamenteiro de Benta Pereira, renomada figura histórica campista e sua tia por casamento. Embora tenha ficado conhecido em Campos como Gervásio, o seu nome de batismo era Gervaz, nascido em 19 Out 1711 no lugar Petimão, em Cabeceiras de Basto. Foi batizado três dias depois na Igreja de Santa Senhorinha, Sé de Basto, filho de Pedro da Motta e Isabel Ribeiro, neto paterno de Manoel da Motta e Domingas Gonçalves, e materno de Pedro Fernandes e Isabel Ribeiro. A família materna de Gervaz era da cidade de Valoutas, atual Baloutas, a família paterna mais recente era local, de origem mais antiga na freguesia de São Pedro de Paus, Diocese de Lamego no Concelho de Viseu.

Cabeceiras de Basto pertence à Arquidiocese de Braga, que é a cidade mais antiga de Portugal e uma das mais antigas cidades católicas do mundo. Com ocupação contínua desde a Idade do Ferro, ali habitava a tribo celta dos Bracari. Conta-se que por lá passaram também navegantes de Cartago, e mais tarde a cidade passou a domínio romano como Bracara Augusta a partir de 16 AC e esta é a data de sua fundação oficial.

Gervaz Casou-se no Brasil com Senhorinha Ribeiro da Motta, filha do madeirense João Ribeiro Agrela e Estácia Requeixo, esta descendente de primeiros colonizadores da Capitania Real do Rio de Janeiro. Tiveram os filhos Domingos, Maria, Pedro e Miguel, este último casado com Rita Maria de Azevedo, que hoje temos como hipótese ser filha do Capitão Domingos João de Azevedo da Vila de São Salvador de Campos. Miguel e Rita deixaram grande descendência de fazendeiros e usineiros que formam a grande árvore dos Ribeiro da Motta em Campos dos Goytacazes, e seria muito difícil enumerar todos os ramos aqui, portanto tratarei mais da descendência do Barão e depois Visconde de São Sebastião Miguel Ribeiro da Motta, filho de Miguel e neto de Gervásio. Segundo Paulo Paranhos, em seu estudo “Os Póvoas de Barros, Descendentes do Visconde de São Sebastião” publicado na Revista da ASBRAP número 8, Miguel Ribeiro da Motta nasceu em 1814 na Freguesia de São Sebastião de Campos. Era fazendeiro e contava com vastas plantações de cana-de-açúcar e também produzia aguardente, dono da Fazenda da Ajuda e da Fazenda do Becco, esta última abrangendo mais de 200 alqueires em ambas as margens do Rio Paraíba do Sul e considerada por muito tempo uma das melhores do Brasil.

Construído em 1846 pelo Barão de Carapebus e tendo hospedado o Imperador Pedro II, o Solar do Becco mais tarde passou à propriedade do Visconde de S. Sebastião. O solar depois abrigou um asilo de idosos, hoje encontra-se em total desreparo.

Tratarei mais da vida do Visconde de São Sebastião em uma postagem futura, passando agora aos seus descendentes. Miguel Ribeiro da Motta faleceu em 8 de outubro de 1890, deixando testamento. Ele nunca contraiu núpcias, mas deixou dez filhos reconhecidos, a saber:

1 – Maria Francisca Ribeiro da Gama (1841-1933), que à época não sabia ser quem era sua mãe. Hoje sabe-se tratar-se de Francisca de Brito Rangel. Casada com José Baptista da Gama, sem geração.

Do relacionamento com Maria Magdalena do Nascimento teve:

2 – Ritta Maria Ribeiro da Motta Barros, nascida em 1 Jul 1848, falecida em 2 Jul 1936. Casada com o Coronel José Ribeiro de Almeida Barros. Tiveram os filhos Maria da Conceição, Quitéria Zenóbia, Miguel que é nosso bisavô, casado com Alda Wagner, Manoel, Adálgica, Olympia, Josepha, Honorina, José, Albertina e Alberto que eram gêmeos e que possivelmente morreram logo após o nascimento, Álvaro, Alice e Sebastião. Tratarei desta linha na página dos Barros.

3 – Josepha Ribeiro Drevet (1850 – 1845), casada com o francês Hyppolito Drevet, duas filhas.

4 – Ignacia Maria Ribeiro de Vasconcellos (1851 – 1944). Casada com Sebastião Ribeiro de Azevedo Vasconcellos, dez filhos.

5 – Maria Magdalena Ribeiro Cordeiro (1851 -1902). Casada com José Clímaco dos Santos Cordeiro, sem geração.

Não sabemos muito a respeito de nossa tetra-avó Maria Magdalena do Nascimento. Miguel Ribeiro da Motta reconheceu em batismo as quatro filhas que teve com ela, e ali temos os nomes de seus pais, que são meus penta-avós João Ribeiro da Silva e Maria da Penha. Maria Magdalena teria nascido em torno de 1823 e faleceu logo após o nascimento da filha mais nova em novembro de 1853. O assento de batismo da última filha, homônima da mãe, lista esta como já falecida e este batismo ocorreu seis semanas após o nascimento.

Batismo de minha trisavó Ritta Maria Ribeiro da Motta com assinatura de Miguel Ribeiro da Motta, que à época ainda não tinha título de nobreza. Freguesia de São Sebastião de Campos dos Goytacazes, 10 Jul 1848.

Do relacionamento com a portuguesa Anna José de Aguiar, Miguel Ribeiro da Motta teve um filho que recebeu o seu nome mas somente foi reconhecido no testamento:

6 – Miguel Ribeiro da Motta Junior (1859 – 1896) foi casado com Amélia Ribeiro da Silva, filha de Ignácia Ferreira do Rosário (vide abaixo). O casal teve três filhos antes da morte prematura de Miguel. Note que Miguel e Amélia não tinham relacionamento de consanguinidade, mas tinham meios-irmãos em comum.

O último relacionamento que gerou filhos reconhecidos foi com Ignácia Ferreira do Rosário, com quem teve:

6 – Cecília Ribeiro Werneck (1865 – 1944) casada com Joaquim Reginaldo de Azevedo Werneck, com quem teve nove filhos que pudemos localizar.

7 – Ernestina Ribeiro de Azevedo (1867 – ?) casada com Sebastião Vasconcellos de Azevedo, três filhos.

8 – Anália Ribeiro da Gama (1870 – 1907) casada com Domingos Baptista da Gama, nove filhos.

9 – Idalina Ribeiro Peçanha (1874 – ?) casada com o Embaixador Alcebíades Peçanha, irmão de Nilo Peçanha, presidente da república entre 1903 e 1907. Localizei somente um filho natimorto do casal nascido na Itália. A data e local de falecimento de Idalina não são conhecidos mas creio ter sido prematuramente.

10 – Reynaldo Ribeiro da Motta (1878 – 1932), casado com sua sobrinha Maria Magdalena Vasconcellos com quem teve doze filhos. Maria Magdalena era filha de Ignácia Maria Ribeiro de Vasconcellos (vide número 4 acima).

Com a morte de Ignácia Ferreira do Rosário em 1882 temos Miguel Ribeiro da Motta criando mais uma vez filhos órfãos de mãe. A única mãe de filho seu que não o precedeu em passamento foi Ana José de Aguiar que morreu em 1908.

Notamos muitos casamentos entre parentes Ribeiro da Motta. Três irmãos do Visconde, de nomes José, Gervásio e Quitéria, casaram-se com membros das famílias Ribeiro do Rosário e Vasconcellos, e houveram numerosos casamentos entrelaçando mais estas famílias tanto em sangue como em negócios pois haviam ali muitos fazendeiros e proprietários de usinas de açúcar.

Tratarei mais da vida do Visconde de São Sebastião em postagem separada, e da descendência de Ritta Ribeiro da Motta Barros em página da família Barros.